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Características Anatômicas

Árvore

A madeira é um material que apresenta várias propriedades de grande interesse para a humanidade. Dentre elas podem ser citadas: material ecológico e renovável, versátil, de resistência mecânica elevada em relação à massa, facilidade de usinagem, resistência química apreciável, boas propriedades de isolamento térmico e elétrico e de absorção acústica, além de ser encontrada na natureza com amplas faixas de texturas e colorações, capazes de satisfazer aos gostos mais variados.

A Floresta Amazônica apresenta uma grande diversidade de espécies de árvores produtoras de madeiras de interesse comercial, ocorrendo centenas de espécies por hectare. Um dos grandes problemas que dificultam a comercialização das espécies refere-se à falta de identificação anatômica das mesmas. Na maioria dos casos, as madeiras são agrupadas por características apenas visuais, culminando com o englobamento de espécies de diferentes características, apenas por apresentarem, por exemplo, a mesma cor amarelada. É deste modo que Guarantã, Garapeira, Pau-marfim, Pau-amarelo, Itaúba,Guariúba, Tatajuba, dentre outras, são vendidas como sendo uma única madeira – o “Amarelinho”.

Classificação

A madeira é um produto do tecido xilemático dos vegetais superiores, localizado em geral no tronco e galhos das árvores, com células especializadas para desenvolverem as funções de sustentação e de condução de seiva.

A classificação pode ser feita taxonomicamente em duas grandes categorias:

Gimnospermas

São conhecidas por árvores de madeira “mole” (Softwood), coníferas, resinosas ou não porosas. No Brasil, a árvore nativa mais importante é a Araucária ou Pinheiro-do-Brasil (Araucaria angustifolia).

Angiospermas (Monocotiledôneas e Dicotiledôneas)

Monocotiledôneas agrupam uma série de vegetais de grande importância no setor agrícola, tais como, a cana de açúcar e o milho. Porém, com potencial de apresentar utilização similar à da madeira, destacam-se os bambus.

Dicotiledôneas respondem, quase que exclusivamente, pela produção de madeira comercial no Brasil, sendo também denominadas de folhosas, porosas ou de madeira “dura” ou de “lei” (Hardwood).

O termo ”não-porosa” refere-se à ausência de vasos ou poros, vistos em seção transversal. Pode-se dizer que esta classificação é a mais correta dentre as outras, pois em ambos os grupos, há madeiras moles, duras, com resinas e com folhas (RIZZINI, 1971).

Composição do caule

Alburno
Também é denominado de brancal, branco ou borne. É constituído por células vivas que conduzem a seiva bruta em movimento ascendente. Possui baixa resistência ao ataque de fungos e insetos; no entanto, esta é a região da madeira que permite grande penetração dos líquidos possibilitando a obtenção de um tratamento preservativo mais eficiente. Em geral possui coloração mais clara do que o cerne, porém, em algumas espécies de madeira, não é possível  efetuar essa diferenciação.

Raios
Quando localizados no alburno, efetuam o transporte dos nutrientes. Fornecem uma espécie de amarração transversal à árvore. Durante a secagem, costumam fendilhar pois constituem-se em planos de menor resistência da madeira.

Casca
Serve de proteção da árvore, sendo formada por duas camadas: uma externa morta (ritidoma) de espessura variável com a idade e com a espécie, e uma fina camada interna (floema) de tecido vivo e macio, que conduz o alimento sintetizado nas folhas para as partes em crescimento. Substâncias químicas (taninos) presentes em algumas espécies de madeira (Acácia negra, Barbatimão, Angico, Quebracho) são de uso consagrado em curtimento de couro e também tem sido utilizadas como preservantes naturais.

Câmbio
É uma região invisível a olho nu, constituída por uma faixa de células meristemáticas secundárias que são responsáveis pela formação das chamadas células-mãe do xilema (lenho) e do floema (casca). Nessa região, processa-se a movimentação descendente da seiva elaborada.

Camadas de crescimento
Geralmente são nítidas em madeiras de clima temperado. As regiões mais escuras na seção transversal da madeira correspondem ao crescimento que ocorreu durante o inverno; as camadas claras são formadas durante o verão. Em madeiras de regiões tropicais nem sempre é visível essa diferença de tonalidades.

Medula
É a parte central do caule, região inicial de crescimento de uma árvore (tecido primário ou meristemático). É uma região muito susceptível ao ataque de micro organismos xilófagos e por isso encontram-se toras muito antigas com a medula completamente deteriorada ou até mesmo ausente na árvore. Sua função é a de armazenar substâncias nutritivas para a planta, durante a fase inicial de seu crescimento.

Cerne
Também chamado de coração, ou de madeira propriamente dita. É formado por antigas camadas de alburno. Na grande maioria das madeiras esta região apresenta coloração mais escura e elementos anatômicos fechados devido à deposição de substâncias naturais, denominadas de óleos-resina; em outra espécies ocorre a formação de tilas (ou tiloses) nos vasos, obstruindo total ou parcialmente o lúmen dos mesmos e propiciando uma permeabilidade muito baixa às soluções preservativas. Sua função é a de sustentação mecânica do tronco.

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