Experiências conduzidas no Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM), localizado em Campinas, SP, avaliaram positivamente um novo tipo de condutor, constituído por bambu, impregnado com uma tinta à base de prata.
O bambu apresenta uma estrutura anatômica constituída de três componentes: vasos, feixes de fibras e células parenquimáticas. Cada um dos componentes tem uma função específica: os vasos são responsáveis pela movimentação ascendente da seiva bruta e parte de deles se incumbe da distribuição da seiva elaborada; os feixes de fibras são responsáveis pela proteção física dos vasos e se concentram em sua maioria nas camadas mais externas dos tecidos do bambu (próximos à casca – cerca de 70%, em volume); as células parenquimáticas são responsáveis pelo armazenamento dos nutrientes, principalmente os grânulos de amido.
A pesquisa mostra uma nova possibilidade de aplicação do bambu – contrariamente às madeiras, os tecidos do bambu se mantém funcionais até o final da vida útil da planta, estimada em trono de 8-10 anos para a maioria das espécies. Ou seja, o bambu não apresenta o cerne – parte que não mais desempenha a função de transporte, apenas aportando a resistência mecânica às árvores. Portanto, trata-se de uma vantagem do bambu quando se pensa em proceder-se a sua impregnação. Principalmente nas camadas interiores, os vasos (“tubos”) apresentam os maiores diâmetros (200-300 mícrons), sendo mais facilmente impregnados do que aqueles situados nas camadas mais periféricas, onde a penetração é praticamente nula, devido às forças de fricção.
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