Características físicas
Um dos maiores entraves que impedem um melhor conhecimento das características do bambu refere-se à ausência de normas técnicas para a realização dos ensaios para a sua caracterização, e, posteriormente, para efetuar-se a interpretação dos resultados obtidos. Desse modo, torna-se muito difícil comparar os resultados obtidos para as diferentes espécies estudadas pelos pesquisadores, devido à falta de padronização. No momento, encontra-se em elaboração pela Rede Brasileira do Bambu, sob o comando do Dr. Normando Perazzo Barbosa (UFPB), com apoio da UFMG e da PUCC-RJ, uma norma brasileira sobre a utilização estrutural do bambu em construções.
Umidade
O teor de umidade do bambu no momento do corte pode ser muito elevado, dependendo da época do ano, da espécie e da posição da amostra no colmo (base, meio ou ponta). Devido à maior espessura da parede e maior presença de células parenquimáticas altamente higroscópicas, a região da base apresenta teor de umidade mais elevado do que as demais regiões. De uma forma geral, o bambu demora mais a secar do que madeiras com a mesma densidade, pois a perda de umidade na direção transversal às fibras é muito limitada, devido à impermeabilidade natural produzida pela casca do bambu.
Massa específica aparente
A massa específica aparente do bambu situa-se entre 500 a 800 kg/m3. Essa característica depende do teor de umidade, da espécie, da idade do colmo e da posição da amostra (base, meio e ponta). Tal valor , similar ao de madeiras de média densidade, qualifica o bambu para fins de obtenção de carvão.
Variações dimensionais
Na direção longitudinal-axial é praticamente desprezível (inferior a 1%), comportando-se como se fosse a madeira. No entanto, contrariamente às madeiras, a deformação na direção tangencial (paralela à casca) nem sempre é inferior à deformação na direção radial (centro para a casca). Essa característica também é dependente da espécie, da idade do colmo e da posição da amostra no colmo (base, meio e ponta).