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Prós e Contras

Vantagens

Disponibilidade

A matéria-prima é disponível e renovável, dependendo da região geográfica considerada. Pode-se utilizar a casca de arroz, fibras de sisal, de coco, bambu, resíduos de serraria, bagaço e folha de cana, taboa e outras.

Leveza

Pode-se obter compósito com massa específica aparente de 600 kg/m3 a 1200 kg/m3 (25% a 50% do peso do concreto). Em testes laboratoriais, utilizou-se o traço, em massa 1:0,38:0,75 (cimento, resíduos vegetais e água). Para confecção de blocos e pisos, adotou-se o traço 1:3:2:1, em volume (cimento, areia, resíduo e água).

Resistência ao impacto

O material lignocelulósico é disposto de forma aleatória na matriz, contribuindo para aumentar sua resistência ao impacto. Deste modo, pode ser utilizado na proteção de pilares.

Isolante térmico

A presença de ar, além do material lignocelulósico, faz com que o compósito seja um mau condutor de calor. Blocos fabricados com casca de arroz permitiram diminuir acentuadamente a temperatura em baia para cavalos. Placas pré-fabricadas de argamassa de cimento e casca de arroz, com resistência elétrica embutida, se mostraram adequadas para aquecimento de piso de aviários. Na metade superior, colocou-se argamassa convencional (condutora) e, na metade inferior, colocou-se a argamassa com casca de arroz (isolante).

Absorção acústica

A irregularidade do material provoca a dissipação na energia sonora. Em auto-estradas europeias (Paris-Lyon), placas pré-fabricadas desempenham importante papel na absorção de ruídos, protegendo os moradores dos transtornos causados pelo trânsito de veículos.

Trabalhabilidade

O compósito pode ser processado com equipamentos convencionais e, devido ao resíduo vegetal bem leve, a mistura é mais fácil de ser executada com ferramentas simples. Os resíduos da fabricação também podem ser reaproveitados no ciclo de produção, após peneiramento e moagem.

Versatilidade

Praticamente se pode produzir com o compósito os mesmos materiais produzidos a partir do concreto convencional (embora as propriedades obtidas sejam diferentes).

Desvantagens

Natureza da biomassa

Resíduos agroindustriais contêm substâncias inibitórias (extrativos) na hidratação do cimento, provocando um atraso considerável nos tempos de início e fim de pega. O teor de extrativos depende da natureza dos resíduos, da idade da árvore, da época do ano e do tipo de armazenamento das partículas, dentre outras.

Transporte

Como os resíduos apresentam uma reduzida massa específica aparente na condição não compactada (de 50 a 150 kg/m3) geram volumes consideráveis a serem transportados, tornando-se imprescindível que seja desenvolvida sua utilização na fabricação de blocos vazados por exemplo,  nos próprios locais onde os resíduos sejam gerados.

Incompatibilidade química

A ação do meio alcalino (cimento e gesso) é altamente prejudicial aos resíduos agroindustriais. Além dessa possível degradação, o processo é acentuado devido à elevada porosidade do material. Desse modo, tratamentos preliminares da biomassa vegetal devem ser efetuados visando protegê-la desse ataque.

Comportamento mecânico

A substituição de um agregado mineral (areia e brita) por resíduos agroindustriais propicia a obtenção de um material com desempenho mecânico muito inferior ao convencional. No entanto, além de modificar o comportamento do material pós-fissuração cabe ressaltar que quando se utilizam tais materiais compósitos não se busca um substituto ao concreto convencional, mas sim, de propor o uso de um “concreto” alternativo, destinado a novas aplicações.

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