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Farinha de bambu: matéria-prima para indústria alimentícia

Quando se imagina o bambu como fonte de alimento, imediatamente nos vem em mente o urso Panda. Esse gracioso animal alimenta-se de brotos, talos e folhas tenras de algumas espécies de bambus. Outro animal associado à alimentação com o bambu é o Gorila, presente nas montanhas de Uganda, e ameaçado de extinção devido à ação humana.

Em algumas regiões brasileiras, utilizam-se folhas de bambus como forrageiras, principalmente em períodos de longa estiagem, quando as pastagens escasseiam. Esse fato não é de se estranhar, pois o bambu também é uma gramínea – na verdade, trata-se de uma gramínea gigante.

Outro aspecto interessante relacionado ao bambu refere-se ao ataque de insetos que sofre a maioria das espécies. Para engenheiros, arquitetos, decoradores, moveleiros e uma série de profissionais envolvidos com a utilização do bambu, o caruncho (Dinoderus minutus F.) é considerado a maior praga que ataca o bambu. O principal atrativo  a esses insetos é o amido presente nas células parenquimáticas do bambu.

No entanto, aquilo que poderia ser um ponto fraco do bambu, também pode se mostrar de grande valia, pois o amido e as fibras obtidas após o processamento mecânico do bambu podem vir a se constituírem em matérias-primas de grande valia para a indústria alimentícia.

Embora a produção e o consumo do broto de bambu já sejam conhecidas há muito tempo, principalmente em países asiáticos, a farinha obtida de colmo jovem de bambu ainda se trata de uma novidade, pioneiramente explorada pelo grupo de pesquisas da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA – Unicamp).

A segunda etapa desse projeto, que envolve dezenas de pesquisadores e alunos, será a busca no aumento da escala de produção da farinha do bambu, de forma a contemplar um interesse industrial pela exploração dessa maravilhosa planta.

Acesse

https://www.unicamp.br/unicamp/Ju/noticias/2018/09/17/farinha-base-de-bambu-e-testada-com-sucesso-no-preparo-de-cookie-e-macarrao 

Fotografia obtida em Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) – na parte central, pode-se observar um aglomerado de grãos de amido

Antonio

Licenciado em Matemática (USP-1974), Engenheiro Agrícola (UNICAMP, 1980), Mestre em Eng. Agrícola (UNICAMP, 1987), Docteur en Sciences du Bois (ENSTIB, Nancy, France, 1994). Possui enorme admiração pela "Dádiva dos Deuses" - o Bambu. Co-autor do livro "Bambu de Corpo e Alma", agora em segunda edição, e administrador do site www.apuama.org, projeto pessoal desenvolvido desde 2009.

3 Comentários

  • Bom dia!
    Meu nome é Evandro, moro em Extrema MG, tenho uma pequena chácara.
    Tenho uma touceira de bambú gigante, que utilizo muito para fazer artesanatos, retirar brotos,fazer galinheiro, utensílios domésticos e mudas.
    Estou a poucos dias acompanhado vocês e tenho gostado muito dos conteúdos das matérias, parabéns!

    Estou divulgando a cultura do bambú aqui na minha região,mas encontro dificuldades, principalmente no que diz respeito ao aspecto financeiro. Como vender bambus, mudas ou o que quer que venha dessa cultura?
    Muito agradecido, espero não ter sido incoveniente, atenciosamente, Evandro Pereira de Souza!

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