Tratamentos para melhorar a compatibilidade entre os resíduos agroindustriais e o cimento.
De uma forma geral, os tratamentos aplicados aos resíduos agroindustriais visam:
- eliminar parcial ou totalmente as substâncias inibitórias contidas nos resíduos ou,
- bloquear a movimentação dessas substâncias em direção à matriz que circunda os resíduos.
Tipos de tratamentos aplicados à biomassa vegetal
Banho em solução aquosa
As vezes a lavagem (ou armazenamento) em água fria (20 ºC) mostra-se suficiente; outras vezes, deve-se processar a lavagem em água quente (60 ºC – 80 ºC) durante intervalos de tempo variados (de 0,5 h a 2,0 h). Também podem-se utilizar soluções alcalinas (cal ou soda cáustica) em baixas concentrações (até 5%). A cal se mostra uma boa alternativa pois o resíduo gerado após o tratamento é menos impactante ao meio ambiente do que os resíduos gerados no tratamento com a soda.
Aceleradores de pega
A ação de aceleradores de pega (cloretos, sulfatos e carbonatos) pode se mostrar benéfica ao compósito, dependendo da natureza das substâncias inibitórias existentes nos resíduos agroindustriais, além da concentração das mesmas. O cloreto de cálcio se mostra o mais adequado, utilizando-se a dosagem de 3% a 5% em relação à massa de cimento. No entanto, para o caso de peças armadas a corrosão se mostra mais intensa, motivo pelo qual deve ser buscado um outro acelerador para essa situação.
Substituição do cimento
Na maioria das vezes se estabelece uma competição entre a movimentação das substâncias contidas nos resíduos agroindustriais, em direção à periferia das mesmas, com a formação dos produtos da hidratação do cimento. O uso de cimentos de alta resistência inicial (CP – V – ARI, NBR 5733) se mostra uma boa estratégia para melhorar a efetividade das ligações entre os resíduos vegetais e o cimento.
Mineralização
Utiliza-se a imersão dos resíduos agroindustriais em solução de silicato de sódio (2% a 5%), seguido da imersão (após a secagem ou não) em solução saturada de sulfato de alumínio (10% a 30%). Obtêm-se a mineralização dos resíduos agroindustriais, ao se formar uma capa impermeável em sua superfície, a qual se torna também uma região de ancoragem dos produtos de hidratação do cimento. No entanto, deve-se avaliar o aspecto econômico desse tratamento; em alguns casos, mostra-se mais interessante buscar-se uma biomassa vegetal que seja menos problemática com o cimento.