Apuama

A vez do bambu na construção civil – Normas para ensaios e estruturas

Conforme publicado no Boletim 161 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), edição de janeiro/fevereiro de 2018, apresenta-se um resumo do andamento da elaboração de norma técnica específica para o bambu. Contando com a participação de representantes de universidades, de institutos de pesquisa, de produtores rurais e de setores envolvidos com a comercialização de artigos derivados do bambu, as reuniões bimestrais tem ocorrido nas instalações da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Resumo: O bambu, um elemento natural, leve, bonito, resistente, renovável e cuja produção não exige, praticamente, gasto energético,será em breve mais um tema no acervo da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Desde julho de 2016 o assunto mobiliza a Comissão de Estudo de Estruturas de Bambu (CE-002:126.012), que atua no âmbito do Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-002) e, no que depender de seus membros, esse trabalho colocará o Brasil no mesmo passo de países como Colômbia, Peru e Equador, que já dispõem de normas de construção com o material. Estão em elaboração duas normas técnicas, uma de projeto de estruturas e outra sobre ensaios de caracterização física e mecânica do bambu. “Já tivemos três reuniões sobre a elaboração dos textos das normas e acreditamos que no início do segundo semestre deveremos tê-los prontos”, informa o Coordenador da Comissão de Estudo, o engenheiro civil Normando Perazzo Barbosa, que é professor na Universidade Federal da Paraíba e há anos pesquisa materiais alternativos para construções sustentáveis.
As normas brasileiras, de acordo com o coordenador, observar aspectos já tratados por outros países, para evitar muitas divergências. “No entanto há particularidades que são próprias do Brasil, assim não podemos simplesmente copiar, temos que criar um texto nosso, com base também nos estudos já feitos sobre bambu em algumas universidades brasileiras”, explica Barbosa.

Além disso, será considerada a experiência de arquitetos e construtores que já atuam nesse campo e fazem parte da Comissão de Estudo. O interesse pelo bambu como material estrutural, afinal, é crescente.“Recentemente estivemos na International Conference on Non Conventional Construction Materials and Technologies (NOCMAT 2017) em Merida, no México, e só nos dois primeiros dias contamos 34 artigos de pesquisa sobre bambu, além de ser o tema de pelo menos três palestras principais”, lembra Barbosa. E conclui: “Então, temos que fortalecer o uso desse material renovável, em benefício do futuro do Planeta Terra!”

O texto completo encontra-se disponível no site www.abnt.org.br

 

 

 

Antonio

Licenciado em Matemática (USP-1974), Engenheiro Agrícola (UNICAMP, 1980), Mestre em Eng. Agrícola (UNICAMP, 1987), Docteur en Sciences du Bois (ENSTIB, Nancy, France, 1994). Possui enorme admiração pela "Dádiva dos Deuses" - o Bambu. Co-autor do livro "Bambu de Corpo e Alma", agora em segunda edição, e administrador do site www.apuama.org, projeto pessoal desenvolvido desde 2009.

2 Comentários

  • Olá Prof Antonio
    Sou Ricardo Lacerda e fomos apresentados no III Seminário Nacional do Bambu em Goiânia. Estamos iniciando uma cooperativa, em Nova Friburgo RJ, que ira produzir inicialmente laminados de bambu e esbarramos com problemas na secagem dos laminados. Construímos uma estufa com telhas de aço, com 9m³ de volume interno e ainda não conseguimos resolver o processo de aquecimento. Tampouco sabemos a temperatura ideal para o máximo de rapidez e o mínimo de risco de estragar o produto. Você teria alguma recomendação de alguns parâmetros iniciais para realizarmos testes? Digo isso, para não perdermos muito tempo tentando coisas já tentadas e que não conhecemos .
    Desde já grato.

    • Os colmos são processados quando estão verdes ou secos ao ar? No primeiro caso, consome-se bastante energia para evaporar a água excedente, sem afetar o produto; no segundo caso, precisa ficar atento para que não ocorra o ataque de carunchos antes da secagem. De toda forma, o tratamento tb é indicado, pois a simples secagem não garantirá a proteção. O usual é imergir rapidamente as ripas em uma solução de 10% de octaborato de sódio. No secador, torna-se importante utilizar um sistema de dispersão do ar aquecido, para q ocorra a secagem de forma mais homogênea. A partir de 20%, o bambu começa a se contrair e deve-se atentar para que a perda d´água não seja muito rápida, pois, dependendo da espécie de bambu, poderá ocorrer o colapso das fibras, com rachaduras que comprometerão o material.

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